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26 de Abril de 2024
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    A crise financeira americana e a contabilidade, auditoria independente e a perícia contábil.

    A Contabilidade é uma ciência que mensura ou registra os fatos e atos administrativos de um determinado Patrimônio vinculado a uma entidade.

    Auditoria é uma técnica utilizada por profissionais habilitados que com o uso dos princípios de auditoria geralmente aceitos visa atestar

    através de um Parecer a veracidade dos fatos através de exame amostral

    a veracidade dos demonstrativos contábeis com o patrimônio da

    entidade. Perícia é uma técnica utilizada por profissional habilitado

    para responder os quesitos formulados de modalidade proba e licita,

    para que o tomador proceda a seu julgamento diante das respostas

    solicitadas.

    A contabilidade apresenta a posição do Patrimonial da entidade na data

    de sua realização através de seus demonstrativos, obedecendo aos

    princípios de contabilidade geralmente aceitos e o que está prescrito

    na Lei No. 6.404/76 e alterada pela Lei No.11.638/2007.

    Se a S E C (Securities Exchange Comission), entidade americana, igual

    a C V M (Comissão de Valores Mobiliários) no Brasil, tem o poder de

    regulamentar e disciplinar as demonstrações financeiras dos Bancos e

    de instituições financeiras similares, exigindo que seus

    demonstrativos sejam elaborados por profissional devidamente

    capacitado e qualificado, sendo a seguir auditadas por auditoria

    independente que após exames e vistorias visa expedir um parecer,

    atestando a veracidade dos demonstrativos em perfeita sintonia com o

    patrimônio da entidade, sabendo que o auditor independente está

    vinculado a uma das big five das melhores auditorias do mundo, como

    podemos entender que a crise financeira não havia indícios claros de

    sua gravidade e tamanho.

    Os bancos e demais instituições similares ofereceram créditos a

    pessoas que não tinham o mínimo de garantia e esse fato não foi

    previamente detectado pelo FED na época presidido pelo brilhante Alan

    Greenspan e hoje pelo brilhante Ben Berneck, não parece muito estranho

    esse fato, que após 10 anos de Alan Greenspan resolve entregar a

    diretoria no ano da ocorrência da maior crise financeira americana

    após 1929/1930.

    Não parecer estranho que os demonstrativos financeiros e contábeis

    dessas instituições fossem auditados por auditoria independente, que

    mesmo assim expedissem um parecer sem ressalva para essas instituições

    e essa documentação proba e licita foi aceita e acatada pela FED

    americano, sem nenhuma restrição na época, possibilitando o

    continuísmo de suas atividades econômicas.

    Não parecer estranho que essas instituições financeiras continuassem

    com suas ações negociadas em bolsa de valores continuando valorizadas

    sem nenhuma restrição da SEC ou do FED, ou mesmo de nenhuma agência

    que presumidamente analise e avalia o referido mercado.

    Após escândalos financeiros tais como a ENROE, WORDCOM, e demais, que

    resultou na elaboração da SOX, Governança Corporativa, Stake Holders,

    Supervisão de Auditoria, Comitê de Responsabilidade Social, Ambiental,

    Sustentabilidade, e demais e mesmo assim aconteceu o estouro da crise

    financeira americana.

    Não é estranho que o escritor, William F. Mahoney, autor da Bíblia dos

    profissionais de relações com investidores, um guia dos profissionais

    para Marketing Financeiro e Comunicação, não tenha alertado para esse

    grave fato que hoje assusta a economia do mundo globalizado.

    Não parece estranho que após a reeleição do Presidente Bush, e a

    elevação da dívida interna americana, proveniente da sustentação

    financeira de diversos conflitos armados em diversos países, onde

    facilmente foi encontrado o ditador do Iraque e ainda não foi

    encontrado o autor intelectual do atentado terrorista que dizimou as

    torres gêmeas e diversas vidas.

    Não parece estranho que os dois partidos americanos, Democrata e

    Republicano ficam sempre trocando de mandatos e presidentes, sempre

    levantando a bandeira da democracia onde se figura a liberdade

    econômica e tem a mais moderna tecnologia e o melhor aparato de

    informações, não ter percebido antecipadamente a citada crise.

    Não é estranho que a hecatombe financeira americana tem reflexo em

    todo o mundo globalizado, onde o atual presidente estava perdendo

    aliados para a sustentação e manutenção da PAZ nas áreas de conflito

    armado, assumindo praticamente o ônus do custo financeiro de sua

    manutenção.

    Não parece estranho que as modernas técnicas de transparências

    derivativas da atual legislação americana não tenham notado nos

    demonstrativos e pareceres dos auditores nenhum fato que

    possibilitasse a identificação inicial da crise financeira.

    Não parecer estranho que tendo as melhores universidades do mundo, com

    os melhores profissionais, com sistemas de alta tecnologia, não fossem

    capazes de identificar e sanar previamente essa crise evitando o seu

    descalabro mundial.

    Não é estranho que tendo uma escola de contabilidade mais evoluída não

    tenha os demonstrativos transparentemente expedidos, não se procedeu a

    uma pequena analise que pudesse identificar o inicio da crise

    financeira.

    Será que os investidores não visualizaram que o cassino existente um

    dia poderia vir á lona, com promessas fantasiosas de lucro fácil, ou

    será que sabiam da ajuda do governo por ter participação direta ou

    indireta na crise financeira.

    Os demonstrativos, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do

    Exercício, Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos,

    Demonstração de Lucros e/ou Prejuízos Acumulados e Notas Explicativas,

    Relatório da Administração, Parecer de Auditoria, Demonstração do

    Fluxo de Caixa, Demonstração do Valor Adicionado, Demonstração da

    Mutação do Patrimônio Líquido, não seria suficiente para identificar

    previamente a crise financeira americana, se tivessem sido analisados

    e avaliados periodicamente conforme determina a legislação.

    Não é estranho que dentre os 20 (vinte) maiores bancos americanos

    citados na lista do FED e do Tesouro Americano, estejam o American

    Express e o MasterCard, bancos de investimentos que liberam crédito em

    todo o globo, criando uma dinheiro de plástico que atinge a todas as

    camadas, e eles até o presente momento não sofreu nenhuma restrição ou

    mesmo um simples comentário.

    Será que os contadores, auditores internos e independentes e peritos,

    jamais desconfiavam que os demonstrativos dessas entidades exaravam

    fatos no mínimo estranho, ou não era interessante divulgar esses

    fatos, pois os mesmos poderiam chamar a atenção dos investidores que

    preferem o lucro fácil, e são eles que verdadeiramente alimentam o

    sistema do mercado de ações.

    As análises financeiras procedidas, as análises comparativas, os

    índices econômicos e financeiros aplicados não refletiam uma suspeita

    do que poderia acontecer com essas entidades, já que tinha todo o

    aparato profissional e legal que identificasse essa situação

    previamente, ou isso poderia resultar numa bolha inimaginável.

    Não parecer estranho que o Tesouro Americano utilize dinheiro público

    para sanar gestões no mínimo fraudulentas e eivadas de vícios das

    entidades financeiras, onde todos corroboraram para a existência da

    crise financeira mundial.

    Não é estranho que a estatização dessas entidades, através do processo

    de ajuda financeira, representa a intervenção do estado na economia,

    tese essa, repelida historicamente pela democracia americana.

    Não é estranho que, para conter o agravamento da dívida interna

    americana, sem implicar no estilo de vida do americano, seja

    necessário a criação de uma crise descomunal que atinja a todas as

    economias globalizadas.

    Não é estranho que essa crise financeira americana tenha eclodido no

    momento em que a economia americana estava declinando quando comparada

    com outras economias de países emergentes e isso é inaceitável para o

    americano moderno.

    Não é estranho que esses acontecimentos nos levem a reflexão de que, o

    que realmente importa e movimenta o mundo não é ação humanitária mas

    ação negociada em bolsa de valores, ou seja, o CAPITAL.

    O presente artigo vem declinar a reflexão que a CONTABILIDADE, a

    AUDITORIA e a PERÍCIA CONTÁBIL, se exercidas de modalidade

    transparente, profissional e responsável deveria identificar

    previamente a existência de fatos que resultaram na atual crise

    financeira americana.

    ELENITO ELIAS DA COSTA

    Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro, Instrutor de

    Cursos do SEBRAE/CDL/CRC, Professor Universitário, Professor

    Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em

    Ciências Contábeis, Consultor do Portal da Classe Contábil, da Revista

    Netlegis, do Interfisco, do IBRACON - Instituto dos Auditores

    Independentes do Brasil (Boletim No.320), Autor de vários textos

    científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil, sócio

    da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.

    E-mail: elenitoeliasdacosta@gmail.com

    GESTÃO EMPRESARIAL - PLANEJAR OU IMPLODIR

    No mundo globalizado respirando a crise financeira diuturnamente,

    sofrendo com as inovações tecnológicas do sistema de fiscalização,

    sentindo o impacto dos custos trabalhistas, custos tributários, e dos

    custos operacionais, sentindo a retração do mercado motivado pela

    redução da circulação da moeda, as empresas devem conviver com a

    existência constante da MUDANÇA, e lamentavelmente poucas tem a

    sapiência de entender e interagir com essas mudanças significativas.

    Uma das ações mais aconselhável no momento é REVER o Planejamento

    Empresarial, em face do novo cenário econômico que se apresenta para o

    último trimestre de 2008 e para o primeiro semestre de 2009, é

    inegável que o Brasil sentirá sensivelmente o que ou europeus e

    americanos estão sentindo na pelé, ou seja, uma crise inimaginável que

    resultará numa recessão e desemprego, motivado por ações alheias, mas

    oriunda do reflexo da crise financeira americana.

    O cenário para o período citado é verdadeiramente mais tenebroso e

    causticante, mesmo com a aprovação do pacote de ajuda do governo

    americano, pois o valor solicitado representa um pouco mais de 50% do

    valor necessário para apagar o incêndio na economia global.

    Ás empresas ainda existentes é aconselhável que reveja o seu P D C A,

    seu Controle Interno, reavalie os seus pontos fortes e fracos e

    mantenha transparência de seus fatos através de uma Contabilidade

    eficiente que o possibilite antever e analisar os cenários que se

    apresentam otimizando a implantação de melhorias contínuas necessárias

    e emergenciais que possam assegurar o mínimo de sustentabilidade ao

    seu empreendimento.

    Contrate profissionais que tenham uma educação continuada de qualidade

    e que tenham visão de futuro, o que necessariamente implica numa

    educação superior qualitativa com visão do cenário futuro da empresa,

    pois no atual momento a busca de profissionais que possam atenuar a

    atual crise se faz necessária.

    Devemos observar que a busca de capital de terceiros ficará mais

    onerosa e seletiva, a empresa antes de buscar recursos de terceiros

    deve rever seu planejamento estratégico de vendas, que deverá esta

    impactado por dificuldades mercadológicas, mas deve implementar

    sistema que possa maximizar as receitas, analisando o fator custo x

    benefício da estratégia.

    Analogamente deverá a empresa analisar criteriosamente seu controle

    interno, e principalmente seus custos e despesas, estabelecendo um

    comparativo com o período anterior e observando o percentual de

    redução gradual a fim de minimizar os recursos investidos.

    A Contabilidade com seus setores periféricos devem demonstrar de

    modalidade transparente e legal os fatos oriundos da gestão, mas seus

    relatórios devem ser analisado periodicamente e aferidos com o

    planejamento para que haja os procedimentos retificadores que

    possibilitem o alinhamento do planejamento, daí a importância desse

    profissional e sua competência, habilidade e visão de futuro, apesar

    de haver poucos profissionais com essas características mas a empresa

    deve se acercar dessas mínimas qualidades, não se deixando mais

    enganar com serviços antes oferecidos e de pouca importância para a

    gestão.

    O profissional de contabilidade deve está preparado para esse nível de

    exigência que o mercado deseja para que possa se manter na profissão e

    sempre buscando oportunizar a sua viabilidade, mantendo-se sempre

    antenado com as variáveis do mercado e principalmente com sua formação

    principal, a fim de que continue mantendo a prestação de serviço com o

    cliente.

    A empresa cliente tem um cenário muito diferente e ameaçador, pois a

    qualquer momento pode surgir situação esdrúxula e diferente das

    normais em face do cenário motivado pela crise financeira americana

    agregada ao nível de transparência que exige o SPED-Contábil,

    SPED-Fiscal e Nota Fiscal Eletrônica.

    Lamentavelmente, poucas empresas estão assimilando com

    profissionalismo o momento quem se aproxima, assim como há poucos

    profissionais no mercado que tenham as características mínimas que

    possam agregar valor ao continuísmo da prestação de serviços ainda

    existente entre os contratantes.

    Essa dicotomia poderá levar a empresa a uma situação falimentar, se

    nenhum dos contratantes demonstrar possuir essa característica básica

    necessária para ao continuísmo da relação, não dá mais para conviver

    com aqueles serviços que não agregam valor a gestão empresarial.

    Devemos entender que no momento atual nem mesmo o estado (fisco) deseja

    continuar com o precário serviços oferecido pela contabilidade, pois a

    empresa o mantinha somente para atender ao fisco, e com a existência

    do SPED, o fisco está selando e findando com essa relação, passando a

    exigir maior transparência e conseqüentemente maior responsabilidade.

    O gestor deve entender o momento atual, procedendo a um diagnóstico de

    toda sua empresa, principalmente da contabilidade para que a mesma

    possa aderir ao SPED por força de lei e da circunstância, pois mesmo

    que não lhe seja exigido a sua adesão, deverá repensar sobre citada

    exigência, caso contrário deverá pagar essa conta.

    Devemos raciocinar de modalidade simples, se as exigências fiscais

    citadas anteriormente se referem somente ás empresa que optaram pelo

    regime tributário no LUCRO REAL, as demais empresas optantes pelo

    regime tributário do Lucro Presumido e Simples Nacional, onde as

    mesmas têm transações comerciais com as primeiras citadas, ficando

    facilmente identificáveis seus fatos passiveis de sanções fiscais.

    Podemos então deduzir que o presente artigo reforça a idéia de

    existência de um Planejamento Empresarial para o direcionamento da

    gestão empresarial sob pena de acontecer fatos que podem impactar uma

    boa gestão e que lamentavelmente poderá atingi-la com a voracidade

    felina de um leão.

    ELENITO ELIAS DA COSTA

    Contador, Auditor, Analista Econômico e Financeiro, Instrutor de

    Cursos do SEBRAE/CDL/CRC, Professor Universitário, Professor

    Universitário Avaliador do MEC/INEP do Curso de Bacharelado em

    Ciências Contábeis, Consultor do Portal da Classe Contábil, da Revista

    Netlegis, do Interfisco, do IBRACON - Instituto dos Auditores

    Independentes do Brasil (Boletim No.320), Autor de vários textos

    científicos registrados no Instituto de Contabilidade do Brasil, sócio

    da empresa IRMÃOS EMPREENDIMENTOS CONTÁBEIS S/C LTDA.

    E-mail: elenitoeliasdacosta@gmail.com

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